Programação 2017 – 1º trimestre


​Viageiros e viageiras,

o cheiro da maresia já nos convida ao mar, vamos içar as velas e partir? Marujos, estiquem as canelas, encham os seus baús que é hora de embarcar.

Excepcionalmente, o cais de embarque será o da nossa querida maruja Adelaide Câmara, que inaugurará a nossa viagem, quebrando o champagne da partida. É importante que todos os que forem embarcar na quarta-feira avisem para que ela nos receba com todas as guirlandas necessárias.

Na Carta de Navegação está escrito Do Riso ao Trágico: um mar de Palavras. Sim, serão muitas mil milhas a navegar para dar conta dessa Carta de Marear, com a licença poética de nossa viageira Roberta Aymar. As aliterações estão aí para acordar  nossos poetas que rangerão os dentes ao lê-las.

Bom, para darmos conta de tal roteiro precisamos conhecer um pouco mais da hidrografia do Riso. Afinal, o que vamos encontrar? O grande timoneiro Ariano Suassuna disse: No meu entender o ser humano tem duas saídas para enfrentar o trágico da existência: O sonho e o riso. E o bruxo do Cosme Velho foi ainda mais enigmático ao referir-se a ele : Há pessoas que não sabem, ou não se lembram, de raspar a casca do riso para ver o que há dentro.

É importante que todos conheçam o plano traçado e que façam as suas propostas de correções de rumo antes ou durante a viagem. Ei-lo:

Ementa:

Saudação Poética – O Momento Poético iniciado em 2016 tornou-se essencial para a nossa viagem pelos mares das palavras. Além de estimular a criação poética particular dos poetas embarcados, encantou os viageiros de tal forma que todos eles levaram seus poetas preferidos para apresentá-los aos companheiros.

Carrossel Literário – O compartilhamento de livros embora tenha perdido um pouco de espaço para a saudação poética em 2016, continua importante para a transferência literária entre os participantes, tanto pela identificação de interesses como pela ampliação do conhecimento de autores ainda não conhecidos.

Escrita Criativa – O estímulo à criatividade em 2016 resultou na publicação de Escrituras III. Novos estímulos serão oferecidos em 2017 como faíscas para incendiar a criatividade dos marujos, desde o conto infantil a desafios e jogos de releituras e recriações.

Leitura Crítica – A opção pelos textos curtos (contos) tornou intensa a movimentação literária em 2016, culminando com a produção de muitas resenhas e algumas releituras. Assim, vamos intensificar este ano a leitura de contos.

Leitura Informativa –  Ensaios sobre o riso, a comédia, a farsa, técnicas literárias.

HQs ou Charges – A inovação das tirinhas de quadrinhos e charges para a nossa viagem, além de buscar o riso, contribuirá para a construção de Personagem, para a análise da crítica social e política.

Composição do Romance Coletivo – Iniciado em 2015, não caminhou em 2016. Os marujos deverão bater o martelo se devem continuar ou parar.

Objetivo geral:

Buscar o riso na Literatura, como expressão maior de uma sociedade, desde os gregos, romanos, até os tempos atuais, tentando apreender sua complexidade, grandiosidade, abrangência e, principalmente, sua interface com a dor, a tristeza, a tragédia.

Objetivos específicos:

• Contatar o seu eu mais profundo pela leitura de poemas na Saudação Poética;
• Compartilhar obras literárias relevantes no Carrossel Literário;
• Desenvolver o fazer literário diferente, fugindo do convencional, da mesmice, dando asas céleres ao absurdo e inimaginável com a Escrita Criativa;
• Realizar a Leitura Crítica  de textos literários, preferencialmente formas breves, desconstruindo a hegemonia da história aparente pela identificação da história contada em paralelo;
• Estimular a realização de resenhas e resumos dos textos lidos, a partir da leitura crítica particular e dos instrumentos de análise literária;
• Compartilhar tirinhas em quadrinho e charges para análise de personagem, identificação de objetivo, natureza;
• Participar como crítico ou autor da construção coletiva do Romance Coletivo iniciado em 2015;
• Alimentar o blog da Oficina com a produção dos participantes;
• Desenvolver projeto de publicação da Oficina.

PÚBLICO ALVO:

Interessados em desbloquear a escrita, viajar pelo riso através da Literatura, do mistério e deslizamento das palavras formando novos sentidos; escritores e críticos literários movidos pelo desejo de escrever e ler.

METODOLOGIA:

• Leitura de poema no início dos trabalhos de três das quatro quartas-feiras;
• Exercícios de escrita para estimular a criatividade. Iniciaremos com a provocação com texto infantil. Os textos produzidos serão lidos e comentados.
• Leitura crítica de contos que desafiem a percepção crítica e as emoções dos participantes, de acordo com o tema trabalhado. Iniciaremos com um Conto Infantil e um Conto Sobre o Riso. As resenhas elaboradas serão lidas e comentadas.
• Apresentação de tirinhas de quadrinho ou charges.

RECURSOS DIDÁTICOS :

Trabalhos em grupo e individual de escrita, utilizando papel e caneta, computador ou tablet. Leituras de poemas e contos no notebook, tablet, celular ou impressos.

PERIODICIDADE:
Toda quarta-feira de 14h:00min às 16h:00min.

LOCAL E CONTATOS:

Excepcionalmente, na casa da nossa querida maruja Adelaide, que ainda se recupera de alguns problemas de saúde.
Depois, no Traço: Rua Alfredo Fernandes, 285, Casa Forte, CEP-50060-320 –  Recife- PE –Fone: 3265-5705 (Luciene)

www.traco-freudiano.org/blog ou oficinaclaricelispector@googlegroups.com.br

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Bibliografia inicial:

O riso, Henri Bergson
Gargantua e Pantagruel, François Rabelais
Batracomiomáquia, Homero
Amor, Saadi
O Misantropo, Menandro
O Humor Judaico, Abrasha Rotemberg
Humor (temas abordados na Palestra do J. Maestro)
Alice Através do Espelho, Lewis Carol

Aguardo vocês  com ansiedade no ancoradouro.

Lourdes Rodrigues

 

A Escrita Criativa e O Patinho Feio

A ideia subjacente à Escrita Criativa é a criação de algo diferente, algo que espante não só ao seu autor como e principalmente a quem o irá ler depois. O conforto de trilhar caminhos conhecidos é muito difícil de ser abandonado! Alguns começam colocando um pé devagarinho para avaliar a profundidade das águas que vai mergulhar. Outros ficam a espreitar o mar. Poucos se aventuram a se jogar nas águas mesmo pairando dúvidas sobre a sua capacidade e fôlego para nadar

Os viageiros da Oficina são marujos experientes e estão imbuídos do desejo de sair da zona de conforto para se aventurarem em águas mais profundas onde o desconhecido, o novo poderão advir. Mas eles não têm pressa, sabem que há um caminho a ser caminhado antes de chegar lá e irão trilhá-lo com destemor e determinação.

O primeiro desafio foi criado com o conto de Andersen: O Patinho Feio. Pedi que reescrevessem o conto com o máximo de liberdade, desde a mudança do personagem, do foco narrativo, tempo e espaço da narrativa. Ainda estamos recebendo contos, outros já estão sendo reescritos partindo do pressuposto de que no ato de criação nenhuma amarra sintática, nenhuma dissonância fonética ou estética deverão ser objeto de preocupação sob pena de bloquear o fluxo criativo  ou quebrar o ritmo da escrita. Após esse primeiro momento é que se dá início ao processo artesanal do escritor onde todos os aspectos anteriormente ausentes vão ser contemplados, onde o texto irá passar por sérios e importantes cortes, profunda assepsia para deixá-lo no tamanho certo, com o tom requerido, a  beleza almejada. Cortar palavras não é fácil, mas é fundamental para todo aquele que se propõe a ser escritor. Edgard Allain Poe em A Filosofia da Composição, diz que o escritor deve planejar nos mínimos detalhes a sua obra antes de começar a escrevê-la. Na Escrita Criativa abrimos mão de toda cientificidade nesse primeiro momento para dar espaço e liberdade plena à criação.

O Conto Patinho Feio  de Everaldo Soares Júnior, viageiro da primeira hora, médico, psicanalista, ensaísta, contista já passou por todo esse processo e se encontra pronto para ser apresentado e é o que faremos agora:

O Feio

*Everaldo Soares Júnior

Sim, agora sou um cisne, branco como os outros, tenho postura imponente, flutuo nas águas da lagoa, mas não canto, Deus me livre!

Essa história já é bastante conhecida, foi o Hans Christian Andersen quem fez a invencionice de espalhá-la. Passei tempos desnorteado, mal estar diferente.

Houve um equívoco, nasci chocado por uma pata, porém era diferente dos irmãos patinhos, todos amarelinhos, contentes, enfileirados, tomando banho na lagoa. Andavam com os pés de lado, dez pras duas horas, bico chateado com o quá, quá, quá estridente, barulho infernal. Eu calado, só observando. É, mas a pata dizia, ele é pato, ou seja: meu filho! Gostava, o estranhamento se afastava um pouco de mim.O pai era omisso, quando não, era agressivo e desconfiado. Dizia que eu não tinha semelhança com ele.

O tempo foi passando, às vezes brincava com os outros, mas na maioria preferia ficar sozinho, cantar, de jeito nenhum!

Um dia, arrisquei ir para outra lagoa mais distante, maior e de águas bem limpas, parecia um lago estrangeiro, aquele que se ouvia a valsa famosa, mas eu não sabia cantar. Olhava as outras aves do lugar, brancas, altivas, todas deslizando na água azul. Olhei e vi uma branquinha, dos olhos claros, piscando para mim, fiquei nervoso. Mas, olhos nos olhos nos aproximando e agora? Não tive dúvidas, ficara fisgado pela linda avezinha. Rolou uma conversa, falei muito de meus antepassados desconcertantes. Ela ouvia com atenção e a leveza se instalou no momento dos nossos bicos se tocarem por um bom tempo. Sorrimos e continuamos juntinhos. Beleza! O paraíso está nessa lagoa!

Passaram os tempos, nasceram patinhos, ou melhor, cisnezinhos, branquinhos e lindos, formávamos a família feliz.

Uma tarde, quando o crepúsculo derramava suas cores alaranjadas, a estranheza voltou. Que diabo é isso? Estava tudo bem nessa sucessão de belos dias e agora a repetida imagem estranha volta e acaba com tudo. Desconfio que ela me é familiar, de algum modo. O feio é o que não quero ver em mim mesmo, vai para longe, inferno dos outros! Deixa-me em paz! Estranhe, se quiser, mas eu não canto.

  • Everaldo Soares é médico, psicanalista, ensaísta, contista.

Diferente de Andersen, O Patinho Feio de Júnior não resolve seu sentimento de rejeição e estranhamento quando se depara com a sua tribo. As afinidades e o amor com a cisne branquinha de olhos claros, e o nascimento dos filhotes não foram suficientes para afastar dele nos belos dias a velha sensação de estranheza que lhe era familiar de algum modo. E ele arremata, O feio é o que não quero ver em mim mesmo. (…) Estranhe, se quiser, mas eu não canto. 

Luzia Ferrão também optou por não encontrar saída para o seu patinho feio no encontro com a sua turma.  Após a triste travessia da descoberta pelos colegas que não era tão bonito quanto a sua mãe dizia, ele parece abandonar a luta, assumir a feiura e ganhar dinheiro com ela expondo-se ao horror do público frequentador do circo. Apesar disso, preserva a mãe dizendo que é artista de circo, sem expor  a humilhação a que ele se submete. Trouxe a sua história para os tempos atuais e para o ser humano. Usou um narrador na terceira pessoa para contá-la.

O monstrinho

*Luzia Ferrão

Quando nasceu era de fato horrível, vale dizer, fugia aos padrões da normalidade, na opinião dos parentes, amigos, dos que conviveram com ele, menos de sua mãe. Era filho único, realizou o maior desejo dela – ser mãe- Foi um grande presente, um dádiva divina, a um ser que não se sentia merecedor de nada. Sentia-se tão gratificada que tratou como normal, os pezinhos tortos, o estrabismo e o lábio leporino do seu filhinho querido. Os “consertos” não ficaram assim tão perfeitos, mas que importância traria essas pequenas falhas, num ser tão amado? Virou mantra, repetida com frequência: Meu filho amado e lindo!

Chegou o dia do menino abandonar o ninho e ir à escola. No novo ambiente o mantra mudou: beiçola, Frank, Zé monstrinho, dois ou mais repetiam quando por ele passava.

Acariciado extremamente, o filho lindo e querido trocou o alivio que as palavras confortadoras da mãe lhe dava por uma raiva não identificada por ela. Uma raiva incontida do tom monótono da voz, dos carinhos, da presença que se tornara insuportável. A relação se esgarçava, se rompia, aflorando uma culpa da maldade por alguém que só lhe deu amor. A promessa embutida nas palavras seriam a garantia de felicidade dentro e fora do ninho, mas que se tornaram impeditivas de responder às angústias advindas de tanto amor. Estava travada uma corrida em círculo, por vezes vencia o amor, por vezes o ódio. Diferente da mãe que estava realizada desde que o abrigou dentro de si, que dela se apartou, mas não desapareceu nunca de sua vida, sem mistério, sem culpa, amor incondicional.

O convite foi a porta que se abriu para fugir: o papel de homem monstro estava vago no circo ambulante.  Com apenas uns pequenos retoques,  maquiagem e ensaios de gritos, seguidos de som acústico para assombrar a platéia. Tornou-se artista permanente.

“Querida mãe,

orgulhe-se do seu filho, sou o mais novo artista do circo. Um beijo”

fd

  • Luzia Ferrão – professora universitária, assistente social, contista, ensaísta.

Sandy Wexler film trailer

PROGRAMAÇÃO 2016

Imagem BrasilEscola

Imagem BrasilEscola

A paixão pelas palavras

O eu não é senhor em sua própria casa – Freud

Data de início – 17/02/2016

Período: 2016

Horário – `Quartas-feiras de 14:00  às 16:00

Local; Traço Freudiano Veredas Lacanianas Escola de Psicanálise – Rua Alfredo Fernandes, 285, Casa Forte, CEP-50060-320 –  Recife- PE

Contatos –Fone: 3265-5705 (Luciene). Blog: www.traco-freudiano.org/blog                                 Email: oficinaclaricelispector@bol.com.br

 A Oficina pretende em  2016 manter o foco na complexidade dos sentimentos humanos. Ela deverá possibilitar aos seus participantes viagens através da poesia, compartilhamentos de obras literárias e exercícios de desbloqueio criativo para desenvolver habilidade na escrita. Também serão realizadas leituras críticas de contos clássicos, com especial atenção para as entrelinhas e silêncios narrativos, visando potencializar o crítico literário inerente a cada um. Os participantes poderão participar da construção coletiva de um romance iniciado em 2015, como autor ou crítico.

Mais especifidades:

  • · Contato com a linguagem poética através da leitura de poesia;
  • · Compartilhamento de obras literárias sob a forma de empréstimo;
  • · Estímulo ao fazer literário diferente, fugindo do convencional, da mesmice;
  • · Descobrir habilidades na escrita;
  • · Facilitar a expressão na escrita;
  • · Fortalecer o estilo próprio de escrita;
  •  ·Exercícios intensos de escrita criativa a partir de linhas de história, jogos de     palavras, associações livres, releituras de narrativas clássicas, mudanças de   ponto de vista, alterações de cenário, tempos de narrativas, diálogos;
  • · Leituras críticas, desconstruindo histórias aparentes, possibilitando a               reconstrução a partir dos não ditos, das metáforas;
  •   Fortalecimento do senso crítico a partir da leitura particular e dos                 instrumentos de análise literária;
  •  Participar como crítico ou autor da construção coletiva do romance iniciado  em 2015;
  • Postagens no blog da Oficina da produção dos participantes.

Como vai funcionar:

Trabalhos em grupo e individual de escrita, utilizando papel e caneta, computador ou tablet. Leituras de poemas e contos no computador, tablet, celular ou impressos.

Possíveis participantes:

Interessados em desbloquear a escrita, viajar pelas emoções através da Literatura, do mistério e deslizamento das palavras formando novos sentidos; potenciais escritores e críticos literários movidos pelo desejo de escrever e ler.

Bibliografia:

Carmelo, Luís .Manual de Escrita Criativa – V.II – Portugal,2007
D’Onofrio, Salvatore – Forma e Sentido do Texto Literário – Atica, São Paulo, 2007
Goldberg, Natalie – Escrevendo com a Alma – Martins Fontes, São Paulo, 2008
Kohan, Silvia Adela – Os Segredos da Criatividade –  Gutenberg, São Paulo, 2009
Lodge, David.A Arte d a Ficção- L&PM, Porto Alegre, 2009
Llosa, Mario Vargas – Cartas a um Jovem Escritor
Moisés, Massaud– A criação Literária –Cultrix, São Paulo
Prose, Francine – Para ler como um escritor,
Wood, James. Como Funciona a Ficção – COSACNAIFY,São Paulo, 2011

Sugestões de bibliografia para Contos:

Casares, Adolfo Bioy, Gomes, Jorge Luis -e Silvina – Antologia da Literatura Fantástica, COSACNAIFY, São Paulo.
Costa, Flávio Moreira – Os Melhores Contos de Loucura – Ediouro, 2007
Os 100 Melhores Contos de Humor da Literatura Universal, Ediouro, 2001
Os 100 Melhores Contos de Erotismo da Literatura Universal, Ediouro
Os Melhores Contos da América Latina, Agir, 2008
Gomide, Bruno Barreto (Org.) – Nova Antologia do Conto Russo (1792-1998), Ed.34, São Paulo.
Mansfield, Katherine – K. Mansfield, COSACNAIFY, São Paulo
Poe, Edgar Allan – Contos de Imaginação e Mistério, Tordesilhas, 2012
Renner, Rolf G e Backes, Marcelo – Escombros e Caprichos – O Melhor do Conto Alemão no Século 20
Wilde, Oscar – As Obras Primas – Ediouro, 2000
Woolf, Virgínia – V. Woolf, COSACNAIFY, Sâo Paulo
Coordenação:

Lourdes Rodrigues publicou dois livros de contos: Bandeiras Dilaceradas e Situação-Limite pela Bagaço.Participou de algumas Antologias de Contos da UBE, de Benito Araújo e da Oficina de Raimundo Carrero, da qual fez parte por mais de 10 anos. Organizou e prefaciou o livro Escrituras, publicação que contemplou os textos literários dos participantes da Oficina relativos ao período 2006/2009.  Organizou, prefaciou e participou com contos e ensaio de Escrituras II, que abrangeu os trabalhos literários dos oficineiros de 2010 a 2013. Coautora de A Criação Literária à Luz do livro Incidentes em um Ano Bissexto de Luiz-Olintho Telles da Silva. Outra importante área de seu interesse sempre foi a Psicanálise, tornando-se membro do Traço Freudiano Veredas Lacanianas Escola de Psicanálise em 2003, onde participa de estudos de Arte e Psicanálise e de Literatura. Desde 2006 coordena no Traço  a Oficina de Criação Literária Clarice Lispector, primeiro dividindo o leme com outros colegas viageiros dos mares das palavras, depois num trabalho coletivo com os seus integrantes. Decorrente desse vínculo com o Traço foi coautora do livro rodopiano e publicou vários ensaios na Revista Veredas, participando há dois anos do conselho editorial da Revista.