Curiosidades

Y ADEMÁS SABEN PINTAR

A revista Metáfora – Literatura e Cultura,  da editora Segmento, em seu nº03 de 2011, traz um artigo de Luiz Costa Pereira Júnior sobre os escritores que enveredaram pelas artes plásticas. O título do artido é ARTISTAS PLÁSTICOS DA LITERATURA,

Ele inicia falando da exposição de Silvia Plath na Maior Gallery, em Londres, composta por 44 desenhois feitos nas deácdas de 50 e 60 que além de famosa pela poesia confessional,era gravurista de mão cheia, desenhista de traço seguro, olhar detalhista e grande senso para espaços e paisagens.

Nesse mesmo artigo ele fala de uma publicação pela Maeva Ediciones do livro de Donaldo Friedman Y ADEMÁS SABEN PINTAR   que reuniu mais de 200 obras pictóricas de cerca de 100 escritores dos séculos XIX e XX. Para Friedman, nenhuma paisagem ou retrato em palavras tem a concretude de uma imagem ou escultura, assim como a tinta, o metal, o pano, o muro e a pedra não deixam captar a fruição do tempo, as conexões entre personagens e lugares, nem a interioridade e o diálogo, como faz a escrita funcional

O último parágrafo do artigo diz: A imagem é mais que a palavra. A palavra ultrapassa a imagem. Sejam bissextos ou persistentes, sob a carapuça de gravuristas, pintores, escultores, caricaturistas ou quadrinistas, os escritores parecem trazer algo de suas paixões para o campo das artes plásticas. Talvez só para completar o que dizem – ou simplesmente por saberem que, para bem dizer, sempre há mais de uma maneira.

Mais algumas obras de artes dos nossos escritores:

FAULKNER

SYLVIA PLATH

SYLVIA PLATH

GARCIA LORCA

 
KAFKA

  

 DORA, LA MUJER LÁGRIMA

 

Laura Corpa, autora de Picasso – Las Mujeres de un Genio, colección grandes personajes,  da difusion, diz que Françoise Gilot, companheira do pintor depois de Dora, achava ter sido Dora a mulher que melhor compreendeu artísticamente Picasso. Baseado nisso James Ivory fez um filme, no qual Anthony Hopkins interpreta Picasso.

Dora, cujo nome era Theodora Markovitch, nasceu em Paris, em 1907, mas a família foi morar em Buenos Ayres quando ela ainda era uma criança, daí a sua fluência no espanhol. Voltou à Paris com 19 anos e tinha um estúdio de fotografia.  Em 1934 ela foi à Espanha e fotografou as ruas de Barcelona. Dois anos depois ela conhece Picasso em um café de Paris, quando este estava acompanhado do poeta Paul Eluard. Na ocasião, Dora tinha uma pequena navalha (ou canivete, não está claro), com o qual fazia cortes na madeira. Às vezes ela não acertava e gotas de sangue surgiam  entre as rosas bordadas de suas luvas negras..Picasso pediu aquelas luvas a ela e guardou-as sob chaves num armário de portas de cristal onde exibia as suas recordações. Dois anos depois eles se encontram na praia e começa o romance. Apesar de apaixonado, Picasso não deixou a esposa, Marie-Thérese para ficar com ela. Certo dia, a esposa do artista entrou de surpresa no ateliê dele  e discutiu com Dora, disse-lhe que tinha uma filha com ele e que ela, Dora, deveria afastar-se do pintor. Dora contestou dizendo que embora não tivesse filhos com ele, tinha o mesmo direito que ela, Marie-Therese de ficar com ele. Picasso deixou as duas discutindo e saiu, sem decidir por nenhuma: ficou com as duas.

Dora acompanhou e fotografou todo o processo de criação do quadro Guernica, Inclusive está lá no quadro: é a mulher que mulher que olha de uma janela a cena de morte e destruição, horrorizada, com uma espécie de lamparina na mão. Picasso pintou Dora de diferentes formas, ora como um pássaro, uma ninfa aquática, ora com traços de uma flor. Picasso disse mais tarde sobre Dora: Durante anos a pintei com formas torturadas. Não era por sadismo, obedecia simplesmente a uma visão profunda que se me havia imposto. Uma profunda realidade.

Em 1939 Dora começou a pintar. Em 1943, enquanto jantava com ela, Picasso conheceu Françoise Gilot e terminou a sua relação com Dora.  Tentaram ser amigos, mas não conseguiram. Em 1946 separam-se definitivamente. A bela e confusa Dora, diz Laura Corpa, continuou a pintar e expor as suas obras em Paris, mas sofreu uma crise nervosa e teve que se internar em um Hospital psiquiátrico. Ali foi tratada por Jacques Lacan  que também atendia a Picasso.  Quando se recuperou, foi viver sozinha. As suas telas continuaram sendo expostas mas ela nunca comparecia às exposições. A sua última exposição foi em Valência, 1995. Ela morreu em 1996, 50 anos depois de despedir-se de Picasso pela última vez: Depois de Picasso, somente Deus.

Laura Corpa conclui dizendo que o olhar profundo de Dora Maar aparece em muitos dos retratos de Picasso desses anos. E que o seu caráter trágico, completamente oposto ao de Marie-Therese, se reflete em obras tão impressionantes como Mujer que llora, de 1937.

Mulher Chorando

OUTRAS TELAS DE PICASSO COM DORA MAAR

 

 

  

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